Sunday, July 8, 2007

Açores: Marcha contra a violência doméstica junta dezenas

Dezenas de pessoas participaram hoje num marcha contra a violência doméstica, na Ribeira Grande, iniciativa que pretendeu alertar para um problema social com «expressão significativa» naquele concelho da ilha de São Miguel.
A marcha partiu da Ribeirinha, terminando no centro da cidade da Ribeira Grande, com os participantes, alguns dos quais atletas, vestidos com camisolas azuis, ostentando o número da linha telefónica «SOS Mulher».
No local onde se iniciou a marcha foi montada uma banca onde as pessoas podiam depositar um donativo, a reverter para a UMAR - Gabinete SOS Mulher, para a «luta contra a violência de género».
Esta marcha surge enquadrada nas festas do concelho da Ribeira Grande, em parceria com a delegação da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) nos Açores.
Para o presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, Ricardo Silva, a iniciativa pretendeu «abordar na rua» o problema da violência doméstica, chamando a atenção das populações para juntar o desporto a determinadas causas.
«É um alerta» para a problemática da violência doméstica nos Açores, que tem «uma expressão significativa no concelho», disse Ricardo Silva, lembrando que em Abril, a Ribeira Grande passou a dispor de um gabinete «SOS Mulher» da delegação da UMAR nos Açores, na sequência de um protocolo de cooperação com a autarquia.
Sem especificar o número de casos, Ricardo Silva frisou que o problema tem «uma expressão significativa no concelho, sobretudo na área de Rabo de Peixe», tendo em conta números do Ministério Público e denúncias directas de mulheres nas esquadras da PSP.
Segundo disse, a Ribeira Grande, é dos concelhos, no contexto dos Açores, e tendo em conta a população, onde a situação da violência doméstica é uma realidade com que nos devemos preocupar.
A responsável pela UMAR nos Açores, Clarisse Canha, sublinhou a importância da marcha, iniciativa com «um objectivo claro de chamar a atenção para uma realidade muito forte na região e concelho da Ribeira Grande».
Clarisse Canha afirmou existir uma abertura maior para denunciar situações de violência doméstica, permitindo registar «um certo aumento» no número de queixas.
«Provavelmente pelo facto de as mulheres terem ganho maior consciência dos seus direitos e coragem, a par de um suporte institucional», afirmou aos jornalistas.
Clarisse Canha lembrou ainda que desde Abril o concelho da Ribeira Grande conta com um gabinete «SOS Mulher» para atendimento a vítimas de violência doméstica,
Esta estrutura presta apoio social, psicológico e jurídico e vai promover também acções de sensibilização sobre as temáticas de violência doméstica e igualdade de género no concelho da Ribeira Grande.
Actualmente, e segundo Clarisse Canha, o gabinete está funcionar uma vez por semana, mas é intenção da UMAR alargar a mais dias da semana o seu funcionamento.

Diário Digital / Lusa
08-07-2007 15:06:00

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