Wednesday, March 30, 2011

The Universal Declaration of Human Rights

Iniciativa contra a violência doméstica

campanha itinerante contra a violência doméstica intitulada 'Só Bem-me-quer' abre no dia 4 de Abril, pelas 10h30, no Centro de Formação Agrária de São Vicente.

Manual da Vítima de Violência Doméstica

http://noticias.sapo.pt/especial/violencia_domestica/infografias/2011/02/22/manual_da_v_tima/index.html

Este link explica todos os procedimentos a fazer quando se é vítima de violência doméstica. Na última página do link tem a possibilidade de fazer de imediato uma queixa on line. Se for vítima de violência doméstica ou conhecer alguém que o seja, AVISE AS AUTORIDADES ou contacte com a APAV.

Médicos têm “o dever” de sinalizar casos de violência doméstica às autoridades


O medo faz com que muitas mulheres escondam aos médicos que são vítimas de violência doméstica, acabando por inventar outros motivos para as agressões. A directora da Delegação Norte do Instituto Nacional de Medicina Legal sabe que o facto acontece com muita frequência e reconhece que o médico deve sinalizar os casos de violência doméstica.


“Aos profissionais que estão no terreno e trabalham com estas pessoas não chega nada”, afirma Teresa Magalhães. “Por exemplo, aos médicos chegam relatos que não têm nada a ver com a ocorrência”, conta a médica e investigadora.

Ainda assim, Teresa Magalhães lembra que os profissionais que actuam na “qualidade de funcionários públicos” têm “o dever de sinalizar” casos de violência doméstica e maus tratos, “que são crimes públicos”, recorda a docente da Universidade do Porto.

No que diz respeito aos médicos, “muitas vezes coloca-se a questão de que este pode estar obrigado ao segredo médico”, reconhece a especialista.
No entanto, Teresa Magalhães não deixa dúvidas: “o nosso código deontológico é muito claro em relação às crianças, aos idosos e às pessoas com incapacidades e diz que o médico tem o dever de comunicar as situações que tem conhecimento às autoridades competentes”.

Prevenção deve começar junto das crianças

Autora do livro “Violência e Abuso - Respostas simples para questões complexas”, entre outras obras dedicadas ao tema, Teresa Magalhães elogia o trabalho que tem sido feito em Portugal ao nível da prevenção e apoio às vítimas de violência doméstica.
A médica defende que agora é preciso passar para um próximo patamar: “a formação”. Em todos os campos que lidam com o assunto, do direito à psicologia passando pela medicina, “é necessário formar pessoas que depois possam se dedicar a tempo inteiro a estas questões”, defende Teresa Magalhães.

Outro ponto sustentado pela investigadora é começar a prevenção junto dos mais novos. “Começa a desenvolver um trabalho sistemático e para sempre junto das nossas crianças”, explica Teresa Magalhães.

“Elas serão as futuras vítimas ou os futuros abusadores e, então, é preciso começar a ensiná-los desde logo porque é que elas não têm de ser vítimas e porque é que elas não têm que abusar”, concluí a médica.


@Alice Barcellos






Monday, March 28, 2011

Mulher condenada a 7 anos por torturar marido

Não é o exemplo mais comum, mas acontece. Uma mulher foi condenada a sete anos de cadeia por violência doméstica. Aquilo que fazia ao marido era tão horrível que custa a crer. Ainda mais difícil é perceber o motivo por que a vítima não reagia. A explicação deita luz sobre as armadilhas psicológicas que tornam esse género de situações - seja homem ou mulher o agressor - tão difíceis de escapar para quem as sofre.

O caso teve lugar em Inglaterra. Ian McNicholls, um homem de classe média-baixa sem emprego fixo (ele refere-se aos trabalhos que vai tendo como 'projectos') envolveu-se com uma mulher chamada Michelle Williamson. Michelle não era grande - na verdade, era até um bocado mais pequena que ele. Mas era muito mais aguerrida. E tinha dois irmãos no crime organizado.

Falsa promessa


Michelle meteu na cabeça que Ian olhava com demasiada atenção para certas amigas dela. Ou seria apenas um pretexto. Da primeira vez que o argumento surgiu, o resultado foi um murro dado com tal força que abriu a cara de Ian.

Nesse momento ele interrompeu a relação e foi viver para sua casa, retomando a vida pacata que sempre tivera, incluindo idas regulares ao pub e ao futebol. Mas Michelle mandava-lhe mensagens e fazia telefonemas onde garantia que não voltaria a repetir o ataque. Ian cedeu.

Como é típico dessas situações, a promessa pouco ou nada valia. Ian depressa se viu sujeito a uma variedade de agressões físicas e psicológicas.


A seguir aos ataques, era habitual Ian – visivelmente danificado - ser enviado a uma loja buscar qualquer coisa


Sadismo criativo


Na sua descrição, que foi comprovada em tribunal, a violência ia desde detergente derramado nos olhos e cigarros enfiados no nariz até ferro-de-engomar aplicado nas omoplatas e nos braços, passando por pancadas com um martelo nos ombros (ele ainda tem lá a cova) e com o aspirador na cara. Também houve a altura em que a água a ferver de uma chaleira lhe invadiu o corpo todo.

Escusado será dizer que Michelle comandava a vida inteira do parceiro. As horas de comer, de ir para a cama, de levar, eram determinadas por ela. Ian estava cada vez mais isolado do mundo externo. Não se encontrando a trabalhar, vivia como um eremita.

Os amigos que telefonavam mal podiam falar com ele, pois Michelle arranjava logo qualquer tarefa urgente. E a seguir aos ataques, era habitual Ian - visivelmente danificado - ser enviado a uma loja buscar qualquer coisa. Como que para exibir o troféu de mais uma performance bem sucedida.

Salvo pelo vizinho


Perplexidade óbvia: porque não se defendia a vítima? Ian explica que gostava da mulher, que a violência não é solução. Sobretudo, lembra que ela tinha os tais dois irmãos, cujas actividades e brutalidades não se cansava de referir a Ian. A implicação era que, se ele se quisesse separar, sabia o que arriscava.

Também teve importância o facto de Ian achar que não seria levado a sério caso se fosse queixar.

Finalmente, chegou o dia em que um vizinho (Ian garante ainda hoje desconhecer quem foi) o viu em tal estado que informou a polícia. Quando esta chegou, Michelle perguntou ao marido o que fizera dessa vez, como se ele jamais tivesse tido problemas criminais. Mas a polícia, que não era cega, separou logo os dois.

Dizer finalmente

Ian foi levado para uma carrinha lá fora. O funcionário experiente que falou com ele perguntou-lhe se as agressões cujos efeitos eram tão visíveis haviam sido causadas pela outra pessoa na casa. Ele começou por negar. O agente insistiu, fez-lhe notar que ali, entre aquelas paredes, ninguém lhe faria mal. Ainda hoje ele chora nas entrevistas quando recorda o momento em que finalmente respondeu 'sim' à pergunta.

Um mês de exames físicos e psiquiátricos - a ele e a Michelle - produziram diagnósticos que não deixaram quaisquer dúvidas ao juiz. Hoje em dia Ian, claramente gasto e envelhecido pela experiência, fala em público como forma de inspirar outras pessoas a ganharem coragem para denunciar situações idênticas.

Segundo as estimativas de uma organização britânica especializada em violência doméstica, até cerca de 40% poderão ser homens.

Thursday, March 10, 2011

Desigualdades persistem no centésimo Dia Internacional da Mulher

O Dia Internacional da Mulher assinala-se hoje pela centésima vez, quando “em demasiados países e sociedades as mulheres continuam a ser cidadãos de segunda”, segundo alerta o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki Moon.

Embora o fosso entre homens e mulheres em matéria de educação esteja a diminuir, existem diferenças muito acentuadas no interior dos países e entre eles, e demasiadas raparigas vêem-se ainda privadas de escolarização, abandonam a escola prematuramente ou terminam os estudos com poucas competências e ainda menos oportunidades”, afirma Ban Ki Moon.

Na sua mensagem para esta efeméride, lembra que “as mulheres e as raparigas continuam a ser vítimas de uma discriminação e de uma violência intoleráveis, com frequência às mãos do seu parceiro ou de familiares próximos”.

No domínio da tomada de decisões, sublinha Ban Ki Moon, “mais mulheres em mais países ocupam agora assentos nos parlamentos, mas menos de dez por cento dos países têm uma mulher como chefe de Estado ou de governo”.

OIT promove debate

Para assinalar este dia, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) promove um debate sobre “o papel da igualdade entre homens e mulheres para fazer face à crise e garantir uma recuperação sustentável e justa”.
Segundo a OIT, “apesar dos progressos alcançados, continuam a persistir desigualdades e a igualdade entre homens e mulheres continua a ser um grande desafio”.
Esta organização lembra que se mantém “uma clara segregação das mulheres em sectores que se caracterizam por baixos salários, horários de trabalho longos e vínculos laborais precários”.

“Existe uma percentagem muito elevada de mulheres no emprego vulnerável (51,8 por cento), situação que tem vindo a crescer depois de ter registado um declínio nos últimos 20 anos”.

Artistas e dirigentes associativos
Em Portugal, a secretária de Estado da Igualdade, Elza Pais, almoça, na Secretaria de Estado da Igualdade, em Lisboa, com jovens mulheres e homens para assinalar o Dia Internacional da Mulher.
O encontro tem como objectivo “debater a igualdade de género nas questões centrais da actualidade política e cívica com jovens que se destacaram nas mais diversas áreas da sociedade portuguesa”.
Estarão presentes a artista plástica Joana Vasconcelos, as cantoras Sara Tavares e Joana Amendoeira, a actriz Cláudia Semedo, vários dirigentes associativos do Conselho Nacional de Juventude e da Federação Nacional das Associações Juvenis, entre outras figuras da juventude portuguesa, além de jornalistas.

Concurso para anúncio de sensibilização

Hoje será também lançado um concurso de anúncios apelando à igualdade de género e ao fim de todas as formas de violência contra as mulheres e as raparigas, numa iniciativa do Centro Regional de Informação das Nações Unidas, em parceria com a Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Género e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres) e gabinetes de informação da ONU de toda a Europa.
O concurso, de âmbito europeu, faz parte da Campanha UNiTE, promovida pelo secretário-geral das Nações Unidas para acabar com a violência contra as mulheres, e convida europeus de 48 países, profissionais e não profissionais, a criarem um anúncio dizendo “Não à violência contra as mulheres”.


Não à Violência contra as Mulheres – Cria um anúncio para as Nações Unidas


As Nações Unidas e uma aliança de parceiros dos meios de comunicação social europeus, entre os quais figuram o PÚBLICO, El País, Le Monde e La Stampa, convidam os criativos europeus a aderirem ao apelo no sentido de se acabar com todas as formas de violência contra as mulheres. O objectivo é criar um anúncio dizendo "Não à violência contra as mulheres".
O primeiro prémio é de 5000 euros e o vencedor será seleccionado por um júri composto por peritos, entre os quais se inclui Jacques Séguéla, Vice-Presidente da Havas, uma das maiores empresas de publicidade.


O concurso de anúncios subordinado ao tema "Não à Violência contra as Mulheres" abrirá para apresentação de trabalhos no dia 8 de Março de 2011, Dia Internacional da Mulher, e terminará à meia-noite (CET) de 31 de Maio de 2011. Os vencedores serão anunciados a 25 de Novembro de 2011, Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres.

O site http://www.create4theun.eu/ tem mais informações sobre as regras do concurso e as condições de participação.